sábado, 25 de junho de 2011

Tudinho

Todo o lado desse mundo errado,eu quero.
Toda flor de calçada regadas a foligem,eu aceito.
Toda música bem ultrapassada,eu ouço.
Todo o sentimentos velhos e sem brilho,eu vanglorio.
Todo o erro de uma carta de amor,eu relevo.
Todo o pecado de uma vida inteira,eu topo perdoar.
Todo rímel borrado no meu rosto,eu elevo pra uma noite bem vivida.
Toda conversa de uma pessoa mais velha em qualquer lugar,eu adoro.
Toda rua sem saída,eu já faço poesia.
Toda fila,eu quero alguém pra dar e receber palavras sábiamente apressadas.
Todo rosto,eu quero dar beijo.
Todo beijo,eu quero dar meu rosto.
Todo abraço,pode se encaixar assim,fácil,no meu.
Toda novidade,é alguma coisa bem velha,que alguém só descobriu agora.
Todo vento,tem baruho de música boa e cheiro de canela.
Toda poeira,só mostra que a gente também pode servir pra empoeirar.
Todo domingo chato,mostra que o sábado valeu.
Todo domingo gostoso de domingar,mostra que o sábado doido deixa cansado qualquer um.
Toda risada,pode ser um convite.
Todo acaso,românceia um depois.
Todas as idéias,se migram pro futuro.
Toda radicalizada,espera um afago fraternal.
Todo azul do céu,só me mostra o quanto eu sou pequena.
Todo o meu tamanho,só me mostra o quanto eu ainda tenho pra saber do céu.
Todo louco,não quis se louco.Loucura requer coragem.
Toda normalidade,deixa tudo prevísivel.
Tudo,toda,todas,todos,todo mundo quer ser inesquecível sem se mover da cadeira giratória.
Eu não me conserto,mas fica vai.Senão essa grama toda vai ter nascido tão verde em vão.[risos]




(Ouvindo,Presente De Um Beija-Flor)

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